26/10/2015 - São Roque - SP
da assessoria de imprensa da Prefeitura de Mairinque
“Neste ano, a Cerimônia das Velas celebra sua maioridade”, faz questão de frisar Edmundo de Souza Figueiredo, criador de um dos eventos mais tradicionais da cidade de Mairinque.
A celebração, a cada ano, atrai um número maior de pessoas que vem até o cemitério participar da missa e, no final, assistirem aos atos preparados, cheios de luzes, fogos de artifício e com milhares de velas acesas pelas dezenas de voluntários e pelo público presente.
Sempre com muito entusiasmo, Edmundo conta sobre a evolução da festa “quando completamos 15 anos de existência, fizemos uma grande festa de debutante, agora, aos 18 anos, o evento atinge sua maioridade, portanto, preparamos várias surpresas, modificando alguns atos, mas, que terão o mesmo impacto emocionante para o público”. Tudo permanece em segredo absoluto para que os espectadores sejam surpreendidos a cada momento da celebração.
Ao ser questionado qual a quantidade de velas que serão acesas, Edmundo diz que “esse ano, como sempre, serão milhares, mas, isso é o que menos importa nesse ano, porque, pra mim, não importa o tamanho do bolo que você me dá, mas sim, a intenção com que você me oferece. Então, como completamos 18 anos, o que desejamos é que o público compareça, participe e se emocione”.
O evento começa a partir das 19 horas, porém, é recomendado ao público que chegue um pouco mais cedo para que encontrem seu lugar, ajudem acender as velas e acompanhem a beleza da noite caindo e a luz do dia dando lugar ao brilho das velas que iluminam todo cemitério.
Como tudo começou
Edmundo de Souza Figueiredo, criador da cerimônia das velas e atual coordenador do Cemitério Municipal, conta que em 1997, às vésperas do Dia de Finados, ao ir embora do cemitério depois de preparar o local para a missa de Finados, percebeu que havia algumas velas acesas no local, e que essa luz deixava o cemitério calmo e bonito. “Eu queria dar vida ao cemitério e desmistificar que o local é um lugar que dá medo e tristeza, aí tive a ideia de fazer essa cerimônia”, explica o coordenador. Então, desde 1998, o evento é realizado todos os anos, no dia 1º de novembro, sempre nos mesmos moldes, velas acesas em todas as ruas do cemitério, missa, fogos de artifício e luzes.
Túmulos mais visitados
As duas sepulturas mais visitadas do cemitério são do saudoso e muito conhecido Joaquinlão e da menina Maria de Lourdes.
Joaquim de Oliveira, o Joaquinlão, foi um personagem folclórico na cidade. Algumas das pessoas que o conheceram contam que, com sete anos de idade, levou uma surra do seu padrasto e acabou ficando com problemas mentais. Tornou-se o fogueteiro da cidade e participava de todas as cerimônias religiosas. Joaquinlão, era negro e alto, tinha o costume de repetir em voz alta o nome de várias cidades do mundo, exceto Boston e Chicago, que dizia que eram nomes feios. Joaquim morreu em 1979 aos 77 anos, vítima de insuficiência respiratória.
Maria de Lourdes Rêgo morreu queimada em 1951, aos oito anos. Enquanto sua mãe lavava roupas, ela foi esquentar a mamadeira para um dos seus irmãos no fogão a lenha e acabou ateando fogo à própria roupa. O túmulo dela recebe cerca de 600 visitas por ano e muitas pessoas deixam bonecas e brinquedos no local em agradecimento pelas graças alcançadas por sua intercessão.